segunda-feira, 4 de julho de 2011

Barba por fazer

A cada três ou quatro manhãs, dependendo da hora em que fiz a barba da ultima vez, tenho uma agradável visão ao acordar: a barba por fazer perfeita.

Não que ela seja perfeita em relação a todas as outras barbas do mundo, claro que não. Mas, para uma barba dura e cheia como a minha, dura de crescer e cheia de falha como diz meu pai, esse é o seu melhor estado.

Nesse dia, até o banho pela manhã é mais cuidadoso. Com direito a xampu no centímetro de pelo facial e ser enxugada com uma toalha branca, só para ver o algodão preso nos fios de barba contrastando com a pele.

Se o bigode estiver desproporcional, o que normalmente acontece, já tiro com a gilete. Confesso que, dessa forma, evito piadas envolvendo indianos, sorveteiros e “aquele cara engraçado daquele filme lá”, que, obviamente, também é indiano.

Visto minhas roupas e, depois de alguns minutos admirando a barba por fazer perfeita, pego a mochila e saio de casa.

A felicidade desse dia é grande, porém passageira. Dura o tempo de entrar no ônibus e encontrar alguém com uma barba de verdade. O que faz com que eu fique o dia todo querendo voltar para casa, pegar uma lamina de barbear e tirar essa porcaria da minha cara.

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