Começa o dia acordado por um celular imitando um telefone velho. Joga uma água no rosto, que vale por um banho rápido. Come um pedaço de pão, toma um gole de água e resolve trabalhar.
Liga o computador. Pirateia a wireless do cybercafé embaixo de seu prédio. Acessa seu blog e vê que a quantidade de cliques são as mesmas de sempre. Apenas os dele. Clica no banner da Loja China logo em cima, com medo de perder seu único mecenas.
Abre um doc em branco e começa a escrever. As teclas descem e sobem enquanto o relógio no canto da tela segue indiferente. Depois de algumas horas, se depara com o asdasdasd formado pelo tamborilar dos seus dedos no teclado.
Buscando inspiração, resolve rever a sua musa. Acessa o Orkut e deixa seus olhos passearem pelas fotos desbloqueadas. O sol sobe o oeste, e ele percebe que tem que voltar ao trabalho. Maximiza o doc que, sem notar, volta a preencher com asdasd.
Depois do almoço, começa a busca por referências. Abre um pdf da Divina Comédia, que lê até a luz da tela cansar os olhos. Volta ao doc sem cor, com uma pequena ideia do que escrever. Fita o teclado para descansar os olhos, e para manter os dedos longes das teclas A, S e D.
O sol começa a deitar. Suas palavras começam a faltar, e ele para antes mesmo de preencher uma página. Lê o que escreveu, não gosta, e fecha sem salvar. Visualizando a si mesmo rasgando um pobre manuscrito.
Irritado, resolve sair para encher a cara. Veste uma jaqueta surrada. Vasculha sua carteira e sai de casa com um cartão nas mãos. Mesmo sabendo que não vai conseguir pagar qualquer conta de bar com ele.
A batalha dos Deuses – O jogo
Há 4 semanas
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