terça-feira, 24 de agosto de 2010

O começo de um dia.

Não me lembro de despertar sem ser com o celular. Algumas vezes era minha mãe que me acordava, mas na maioria era um Samsung que tive quando os celulares ainda eram novidade. Provavelmente nunca usei um despertador de verdade.

A música tocando não quer dizer que irei acordar. Já desliguei sem lembrar. Deixei tocar até acabar a bateria. E, principalmente, me convenci a continuar dormindo. Aliás, sou bom nisso.

Sei convencer a mim mesmo melhor do que qualquer pessoa. Tenho argumentos que não consigo derrubar. E agora, desempregado, ficou ainda mais fácil.

É como um tribunal onde sou o advogado, o juiz e até o escrivão. Hoje, inclusive, o promotor apelou para o clichê “Deus ajuda quem cedo madruga”. A defesa alegou que o horário não combinava com a palavra cedo. Eles começaram a discutir. O juiz bateu o martelo.

Virei para o outro lado e voltei a dormir.

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