Desde que era pequeno se acostumou a acordar com o cheiro de suco de laranja pela manhã. Sua mãe fazia todos os dias, com laranjas fresquinhas, que ele bebia assistindo aos pais tomando café.
Mas, com o movimento feminista, a sua mãe decidiu trabalhar. Então já não havia mais tempo para fazer o suco, que deu lugar a um café amargo feito às pressas. "Que saudades do suco de laranja, que saudades dos gominhos", pensava.
Cresceu, mas sempre sentiu falta do cheiro do suco, que marcou a sua infância. Até tentava fazer suco natural, mas o tempo, e a sua falta de mão para colocar o açúcar, deixavam-no incapacitado.
Adulto, passou a tomar os sucos de pacotinho, lata, caixinha, o que fosse. Sempre que tomava os sucos artificiais tentava imaginar os gomos. "Ah, que saudade dos gominhos".
Conheceu, apaixonou-se e até casou com uma mulher. Sem imaginar que era por causa do perfume cítrico que ela usava.
Certo Sábado, sentou-se à mesa, e viu um copo cheio de suco de laranja. Tomou dois goles, e para a sua surpresa, sentiu os gominhos descendo pela garganta. Com um sorriso perguntou à sua mulher se tinha feito suco natural. "Não, é um suco novo que comprei, reparou nos gominhos?". Falando isso, colocou uma caixinha sobre a mesa.
O homem encarou a caixa, baixou os olhos para o copo. "Até vocês gominhos?". E a sua mulher não entendeu nada quando ele começou a chorar.
A batalha dos Deuses – O jogo
Há 4 semanas
"Eu também tenho gominhos e eu amo a sua filha."
ResponderExcluirCuriosa fonte de inspiração.Bela dissertação.
Beijooos bacon
"Curiosa fonte de inspiração.Bela dissertação."
ResponderExcluirFaço minhas as palavras da nobre colega.
abração Beico
Se os gominhos se venderam, nossa alma vai durar quanto tempo?
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