Já era quase Natal, as pessoas iam para suas casas, para suas famílias, para suas festas. Mas, para ela, era um pouco diferente.
Dentre todas as pessoas no mundo, ninguém imaginaria que ela, logo ela, passaria o Natal sozinha. Sem uma pessoa para brindar, ou algum presente para receber.
Pegou-se pensando se esse ano seria diferente. Se uma visita, qualquer que seja, apareceria em sua casa. Mas sabia que isso não aconteceria. Que era tolice alimentar esperanças.
Em sua casa, estendeu-se no sofá e ligou o som com a música no máximo. Assim não precisaria ouvir os barulhos e risos felizes que insistiam em atravessar as paredes e chegar aos seus tímpanos.
Ouviu a porta abrir. Viu seu marido entrar, pegar um chapéu, e sair correndo para o trabalho. Com um “Feliz Natal” dito às pressas no meio de tudo. Suspirou. Ele iria trabalhar na noite de Natal, para variar.
Levantou e caminhou até as bebidas dele. Preparou um copo de whisky com gelo para ela mesma. Voltou para o sofá e ali ficou. Esperando o Natal acabar. Bebendo. Sozinha. Sem ninguém.
Porque não havia nada mais triste no Natal, do que ser a verdadeira Mamãe Noel.
A batalha dos Deuses – O jogo
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