Oscar tinha orgulho do monte da areia que se erguia em sua frente. Sem dúvida ele tinha o melhor castelinho entre as crianças da praia. Isso se os meninos mais velhos não voltassem para chutar a sua obra outra vez.
Há algumas horas aquilo tudo não passava de areia plana. Levemente inclinada, talvez. Mas agora o seu castelo já tinha 3 torres, formando um triângulo equilátero que apontava para o mar. Em volta havia um fosso, e quando a maré vinha, a água escorria nas caneletas que a mandavam para longe.
O menino tinha orgulho de tudo aquilo. Levantou-se com o baldinho nas mãos. Admirou a sua construção de cima. Limpou a areia das pernas e ajeitou a sunga. Observou o interior do castelo e decidiu fazer um lago ali dentro, para a maré encher quando vier. “Fácil”.
Olhou a maré vir mais forte que o normal. A água entrou pelo fosso, e se não fosse a sua proteção com palitinhos de sorvete, o seu castelo tinha sido destruído. Sorriu mais uma vez. Os seus 12 picolés de limão haviam valido a pena.
Saiu correndo para achar outras crianças para ver o seu castelo. Chegou ao lado de três meninos que tentavam fazer um, e riu do monte de areia disforme deles. Perguntou se eles gostariam de ver um castelo de verdade e os levou até onde estava o seu.
Nessas horas você descobre muito sobre a fibra de uma pessoa, mesmo de uma criança. Muitas outras teriam chorado, mas não o pequeno Oscar, ao ver que a maré havia limpado o seu belo castelo triangular. Os três meninos riram, apontaram e foram embora.
Oscar soltou o seu baldinho e, calmamente, observou o que restou do seu trabalho. Viu que os palitos de sorvete não aguentaram o fluxo de água. Viu também que o fosso havia ficado mais raso por causa da areia que a maré sempre trazia.
Juntou os palitinhos dentro do balde, pegou a sua pá e foi atrás do sorveteiro. Porque não havia nada que mais 10 picolés e um Niemeyer trabalhando não dessem conta.
A batalha dos Deuses – O jogo
Há 4 semanas